quarta-feira, 25 de maio de 2022

As Origens de "Love, Death & Robots"

 

"Love, Death & Robots" (2019-presente) é capaz de ser uma das coisas mais surpreendentes que já vi em animação, no ano de 2019, Ano 1 A.C. (Antes de Covid).

Composta por diversos episódios drasticamente diferentes em tom e técnicas de animação cheios de violência, linguagem forte, e um pouco de sexo e nudez explicita, esta série antológica é capaz de ser (para mim) a prova máxima, talvez suprema, que Animação não é algo para crianças ou para todas as idades.

Mas como é que surgiu esta antologia?

Vamos saber as origens de "Love, Death & Robots":


A nossa história começou com uma reunião nos finais da década de 2000, quando o criador Tim Miller e o produtor executivo David Fincher (SIM, aquele David Fincher) decidiram fazer um remake de "Heavy Metal - Universo em Fantasia" (1981).

Anunciado em 2008, o projeto seria produzido pela Paramount Pictures, embora Fincher e Miller tivessem problemas para obter o financiamento necessário para o projeto.

O projeto foi originalmente planejado para ser um filme com um orçamento de cerca de US $ 50 milhões, com vários diretores envolvidos, cada um dirigindo diferentes segmentos curtos e o Blur Studio (estúdio de animação criado por Miller) cuidando da animação do filme.

Vários realizadores escolhidos foram Miller, Fincher, James Cameron, Zack Snyder, Kevin Eastman, Gore Verbinski, Guillermo del Toro, Mark Osborne, Jeff Fowler e Rob Zombie.

Esperava-se que o filme tivesse mais de oito ou nove segmentos e fosse classificado como R (M/de 16 ou 18 Anos) como o filme original.

Em 14 de julho de 2008, no entanto, a produção do filme parou devido à decisão da Paramount Pictures de abandonar o filme.

O filme foi transferido para a divisão da Sony, a Columbia Pictures, devido a uma discussão em andamento entre a Paramount e Fincher durante a produção de "O Estranho Caso de Benjamin Button" (2008), dirigido por este.


No entanto, logo depois, a produção do filme parou indefinidamente, pois nenhuma distribuidora de filmes ou produtora mostrou interesse em distribuir ou produzir o remake depois que a Paramount Pictures tomou a decisão de não distribuir mais o filme.

Foi revelado que a verdadeira razão para isso é devido a vários estúdios de cinema que consideraram o filme "muito ousado para o público convencional".

Miller comentou que: "o David realmente acredita no projeto. É apenas uma questão de tempo."


Podia ter sido o fim, mas não foi.


Após uma longa década para trazer a antologia animada, a Netflix se interessou pela ideia e decidiu dar luz verde à série.

De acordo com Miller:

"Bem, o David Fincher e eu tentamos fazer um filme de Heavy Metal por anos e anos. Quer dizer, centenas de reuniões.

O filme original foi lançado em 1982* e foi muito inspirador para muitos animadores que queriam fazer animação para adultos.

(*1981, enganou-se.)

Então, quando conheci o David, queríamos fazer algo juntos e dissemos: “Que tal fazer um novo filme de Heavy Metal? ?” porque ele era fã de animação, mas o mundo simplesmente não estava preparado para isso na época.

Mas nos dez anos que fizemos reuniões e tentamos colocar o projeto em andamento, o mundo veio para ver a animação adulta como viável, e a Netflix foi o único que estava disposto a arriscar.

E aqui estamos nós." 

O estúdio deu a Fincher e Miller uma liberdade total para permitir que eles "respirassem vida na sua visão".


De acordo com Miller, após o lançamento de "Deadpool" (2016), dirigido por ele, Fincher ligou para Miller dizendo "OK, então vamos usar a tua popularidade recém-descoberta para fazer o nosso filme de antologia", apenas para eventualmente decidir: "F**a-se o material do filme, vamos apenas levá-lo para a Netflix, porque eles vão nos deixar fazer o que quisermos."


E foi assim que surgiu "Love, Death & Robots".


Olhando pela receção positiva de críticos de televisão e de fás de animação, ainda vamos ver mais mini-histórias animadas para adultos de fantasia, terror e/ou ficção cientifica, por anos vindouros.


Então é tudo.

Um Bom Abraço e Até á Próxima!

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