"Ontem, Nina, seguindo o exemplo do irmão, pediu que eu lhe "apresentasse um filme". Quando perguntei que tipo de filme a pequena queria ver, ela respondeu: "Romance!".
4 anos de idade.
Acabou assistindo a Bernardo e Bianca e amou. Viu três vezes consecutivas (o número continua a aumentar). E, acompanhando a experiência da pequena, me dei conta de que este belo filme da fase Don Bluth da Disney é hoje uma raridade: um longa de animação triste e melancólico que confia na capacidade das crianças de lidar com seus temas sombrios.
Hoje, filmes infantis têm que ser histéricos, repletos de cores, ação, gritos, tudo. Há algumas poucas exceções, claro (Coraline, os filmes de Miyazaki, um ou outro momento da Aardman), mas no geral a ideia é atirar o jovem público em uma aventura que seja inofensiva e "segura".
E, em grande parte das vezes, esquecível.
Um longa como O Cão e a Raposa* hoje seria impensável. E isto é uma pena."
Pablo Villaça em 29 de Maio de 2013 na sua pagina de Facebook
*"O Cão e a Raposa" é o nome em brasileiro de "Papuça e Dentuça" (1981).
Pois é, Pablo. Mas é assim que as coisas são agora.
E eu acho normal.
Eu sempre achei normal.
Como eu disse, em termos de emoções, quase todos os longa-metragens de animação infantis não-Disney em Hollywood:
- ... animados à lápis, são influenciados pela Disney;
- ... animados por computador, são influenciados nestes 2 pilares da Comédia politicamente incorrectos para os mais novos:
O problema é que metade de nós, adultos, esquecemos que nem todos os filmes que o espectador comum gosta de ver precisam de ensinar algo. Eles simplesmente só querem entreter-nos.
Para ser honesto, eu gosto de ver um drama para toda a família que me faça chorar de tristeza ou de alegria (ex: "Em Busca do Vale Encantado", 1988, também do Don Bluth) e, ao mesmo tempo, uma comédia para toda a família, que me põe chorar de tanto rir (ex: "Madagáscar", 2005).
(Ok, eu só usei estes exemplos assim à sorte. Mas para quem viu estes exemplos, sabe o que estou a dizer)
Ou uma mistura de ambos (ex: "A Idade do Gelo", 2002).
Desde que as animações sejam apropriadas para crianças, está tudo bem.
É isso e por os mais novos a pensar "fora da caixa", ou sem usar calão, pó-los a ver filmes muito bons para todas as idades que andam ignorados aqui em Portugal (cliquem aqui, por exemplo).
Então é tudo.
Um Bom Abraço e Até à Próxima!