Isao Takahata, um dos mestres da animação japonesa e fundador do Studio Ghibli, faleceu ontem aos 82 anos.
Segundo informações do Yahoo! Japan, Isao Takahata estava com uma condição física debilitada desde o ano passado, e após isso foi internado algumas vezes por problemas de coração.
Foi informado também que o diretor se encontrava mais magro do que antes.
Em comunicado oficial hoje, foi informado que a causa da morte de Isao Takahata foi um cancro de pulmão.
O funeral será realizado apenas para familiares e amigos, contudo, uma cerimônia pública de despedida será realizada pelo Studio Ghibli no dia 15 de maio.
Isao Takahata era outro mestre da animação japonesa no Studio Ghibli (Cliquem aqui para conhecer os filmes), para além do mestre Hayao Miyazaki.
Enquanto os filmes do Hayao Miyazaki se agarram mais na fantasia (exceto “As Asas do Vento”, 2013), Takahata fazia o oposto nos seus trabalhos, que pareciam ter cara de filmes live-action do que animados, como explica este vídeo do canal Ludoviajante, lançado em 2017:
Isao Takahata nasceu em 29 de outubro de 1935 na província de Mie, no Japão, e o seu interesse pelas obras animadas surgiu depois de assistir "Le Roi et l’ oiseau" (“O Rei e o Pássaro”, 1980), baseado num conto de fadas de Hans Christian Andersen.
Takahata era formado pela Universidade de Tóquio e se juntou à Toei Animation em 1959, onde se tornou mentor do Hayao Miyazaki.
Nesse período, ele dirigiu series populares para os mais novos na década de 70 que também passaram na RTP, como ‘Heidi” (1974) e “Marco” (1976). Os mais velhos sabem quais são essas series.
Em 1985, ele e Miyazaki se uniram a Toshio Suzuki para fundar o Studio Ghibli.
No Studio Ghibli, ele dirigiu “O Túmulo dos Pirilampos” (1988) considerado um dos melhores filmes de guerra da História do Cinema, “Memórias de Ontem” (1991), “Pom Poko – A Grande Guerra dos Guaxinins” (1994), “A Família Yamada” (1999) e “O Conto da Princesa Kaguya” (2013), este último que esteve nomeado ao Óscar de Melhor Filme de Animação de 2014 (Perdeu para "Big Hero 6 – Os Novos Heróis”, 2014).
Em 2017, o diretor novamente esteve presente na cerimônia do Óscar, dessa vez, junto do diretor Michael Dudok de Wit pela nomeação de ‘A Tartaruga Vermelha’, obra coproduzida pelo Studio Ghibli, também para Melhor Filme de Animação de 2016 (Perdeu para “Zootrópolis”, 2016).
Tive sorte em conhecer os filmes do Studio Ghibli que ele fez quando estava vivo, exceto a sua obra mais conhecida “O Tumulo dos Pirilampos”, por ter sido spoilado sem querer e saber que vou chorar imenso quando chegar ao final e não vou querer ver outra vez.
Descansa em Paz, Takahata (1935-2018). Tu nunca serás esquecido.