Para além de apreciar o trabalho de Walt Disney e da Pixar, existe outro mago do cinema de animação que eu venero: Hayao Miyazaki. Os filmes, os personagens e os mundos que ele cria, meu deus, são coisas que não se vê noutras animações. A animação tradicional que ele cria, detalhada, sem limites e próximo da realidade, ele é um dos ícones de animação, que nem mesmo o pessoal e fás da Pixar e da Disney ousaram desafiar a talento de génio dele.
Eu irei dar uma breve opinião sobre os filmes dele. Convém
lembrar que vou faze-los na ordem em que foram lançados, porque vi os filmes
nesta ordem:
- A Viagem de Chihiro.
- Ponyo à Beira Mar.
- O Castelo Andante.
- O Meu Vizinho Totoro.
- A Princesa Mononoke.
- Kiki, a Aprendiz de Feiticeira.
- Laputa – O Castelo do Céu.
- Porco Rosso – O Porquinho Apaixonado.
- Nausicaa do Vale do Vento.
- As Asas do Vento.
Estas opiniões podem conter Spoilers dos filmes. Para evitar
estragar a surpresa, meti em letras brancas todas as minhas opiniões por debaixo dos posters dos filmes. Eu sei
que os filmes são antigos e há pessoas que viram os filmes e conhecem-nos de
trás para frente, mas pode haver algum novo fá que esteja interessado em ver os
filmes dele.
Aviso para os novos fás: os filmes de Miyazaki (tal como
todos os outros do estúdio de animação dele, Studio Ghibli) são filmes de
animação que ou são para todas as idades, ou são para maiores de 12 ou 16 anos.
Dos filmes de Miyazaki que são para crianças, “O Meu Vizinho Totoro”, “Kiki - A
Aprendiz de Feiticeira” e “Ponyo à Beira Mar” são para crianças. “A Princesa
Mononoke” é para maiores de 16 anos e todos os outros são para maiores de 12.
Nota: O único que não vi ainda dele foi o 1 º da sua carreira
cinematográfica, “O Castelo de Cagliostro” (1979). Também não vi os dos outros
realizadores do Studio Ghibli, como Isao Takahata. Mas se calhar, irei ver, quem
sabe.
Nausicaa do Vale do Vento (1984).
O primeiro filme dele baseado num mangá escrito por ele
próprio, “Nausicaa do Vale do Vento” demonstra aquilo que Miyazaki gosta muito
de mostrar nos seus filmes: Protagonistas femininas fortes e independentes, vilões
com qualidades redentoras, os temas de anti-guerra e tecnologia vs. ambiente.
Eu vi este filme e fiquei preso à história da Nausicaa, que tenta impedir a
guerra que a Kushana iria lançar contra o Fukai, por pensar que o lugar era
perigoso. Além disso, a cena em que os Ohmu ressuscitam Nausicaa, está
fantástica.
Laputa – O Castelo do Céu (1986).
Quando estava a ver este filme, eu não parava de me lembrar
na cidade da Atlântida, mais precisamente do clássico da Disney, “Atlântida – O
Continente Perdido” (2001), por causa de ser uma cidade perdida com tecnologia à frente do seu tempo, tal como Laputa. O filme em si está fantástico e eu
fiquei surpreendido quando descobri que o vilão Muska era um parente distante
da Sheeta. E eu a pensar que ele era apenas alguém focado só em usar o poder da
cidade. Gostei muito da mudança de lado da Ma Dola e da sua família/tripulação
de piratas aéreos, de perseguidores dos protagonistas para aliados (apesar de
ser estranhos os filhos dela querem namorar com a Sheeta, que tem idade para
ser filha deles). Além disso, Pazu e Sheeta, adoro aquele casal (eu ainda tenho
mais 3 casais preferidos. Preparem-se) por ser composto por crianças, coisa que
não se vê nos clássicos da Disney (excepto “O Livro da Selva”, 1967).
O Meu Vizinho Totoro (1988).
Quando vi este filme, já tinha visto “Ponyo á Beira Mar”, o
que me fez pensar de como Miyazaki também faz algo dirigido para os mais novos.
O filme é fantástico. Captura a magia da infância, não é entediante para os
mais velhos e tem um final muito feliz e comovente. Aconselho vivamente este
filme aos mais novos.
Kiki, a Aprendiz de Feiticeira (1989).
Neste filme, Kiki acaba por ser uma protagonista
interessante, porque ela passa pelos mesmo dilemas que qualquer criança que
acabou de fazer 13 anos passa. Além disso, aquela resposta do Jiji quando a
Kiki lhe diz que fez uma nova amiga que é pintora e que lhe vai fazer pinturas
dela, meu deus,. Mas enfim, ao menos não é inapropriado para os mais novos.
Porco Rosso – O Porquinho Apaixonado (1992).
O filme é interessante e ensina a desfrutarmos a vida ao máximo,
apesar de não se ver muita da fantasia que vemos dos outros filmes de Miyazaki,
excepto a maldição de Marco (quem é que o amaldiçoou-o?). Mas não fiquei muito
fá do facto de ter sido uma miúda de 17 anos a quebrar a maldição do Marco, um
homem com idade para ser pai dela. Mas é melhor assim, porque para quê
questionar um génio como Miyazaki?
A Princesa Mononoke (1997).
Violento e sombrio, mas fascinante, este filme acaba por nos
mostrar uma forte mensagem sobre a Natureza. San consegue ser uma protagonista
feminina bastante forte e ela e Ashitaka são o meu 2 º casal preferido de
Miyazaki, por serem um inverso de Tarzan e Jane, mais precisamente do clássico
da Disney “Tarzan” (1999), e de Mogli e Shanti, de “O Livro da Selva” (1967).
A Viagem de Chihiro (2001).
Este filme introduziu-me ao universo fantástico de Miyazaki,
com uma protagonista que passa por uma evolução incrível, de mimada para
independente. Chihiro e Haku são o meu 3 º casal preferido de Miyazaki, pela
mesma razão de Pazu e Sheeta de “Laputa – O Castelo do Céu”.
O Castelo Andante (2004).
Parece um conto de fadas bastante diferente do que
conhecemos de “A Bela e o Monstro” (1991) e “A Princesa e o Sapo” (2009), ambos
clássicos da Disney, porque neste caso, ambos a rapariga e o rapaz são os
amaldiçoados e é ela que quebra a sua própria maldição e também do seu amado.
Ponyo à Beira Mar (2008).
Quando vi este filme, queria saber se Miyazaki também
consegue fazer filmes dirigidos para os mais novos, e consegue mesmo. Lembra o
clássico da Disney “A Pequena Sereia” (1989), e Ponyo e Sosuke, além de
adoráveis, são o meu 4 º casal preferido de Miyazaki, pela mesma razão de Pazu e
Sheeta de “Laputa – O Castelo do Céu” e Chihiro e Haku de “A Viagem de Chihiro”
(mas mesmo como 5 anos de idade, puxa). Fugimoto acaba por ser um personagem
bastante interessante, e gostei da evolução dele no filme. Também aconselho
este para os mais novos.
As Asas do Vento (2013).
Na altura, era para ser o ultimo filme do realizador
japonês, antes de ter anunciado 3 anos depois que iria voltar a fazer mais um
(Fixe!). Este é completamente diferente de todos os outros que ele fez porque
não tem fantasia (excepto a imaginação do protagonista Jiro) e não acaba com o
típico final feliz que ele nos habituou nos filmes anteriores, mas deu-nos
aquela sensação que temos de seguir em frente na vida por mais que tenha
acontecido algo de mal.
Já viram algum destes filmes? Quais são as memórias que tem
dele ou deles? Contem nos comentários.