Henry Selick é considerado um dos realizadores mais aclamados no que toca a animação Stop-Motion.
Bastante conhecido por dirigir "O Estranho Mundo de Jack" (1993), da Disney, e "Coraline" (2009), da Laika, não é a toa que ele é um dos nomes mais conhecidos no que toca a fazer animações stop-motion bizarras e um bocado assustadoras.
E se eu vos contasse que nos inícios da década de 2010, iriamos ter mais outro longa-metragem de animação dirigido por ele, e que ia ser distribuído pela Disney.
Vamos saber essa história:
Em 2010, Selick juntou-se à Disney e à Pixar num contrato de longo prazo para produzir exclusivamente filmes em stop-motion.
Em Janeiro de 2011, ele, juntamente com a sua equipe de 150 animadores, artistas, marionetistas e operadores de câmara se estabeleceu numa fábrica de chocolate abandonada em São Francisco.
O local agora serviria como estúdio e base para todos os futuros empreendimentos da equipa.
O novo estúdio, chamado "Cinderbiter Productions", foi descrito por eles como "uma nova empresa de stop-motion cujo mandato é fazer filmes bons e assustadores para os mais novos com uma pequena equipa de cavaleiros que cuidam uns dos outros".
O primeiro filme que Selick e Cinderbiter sob este novo acordo, um projeto sob o título de trabalho "Shademaker" ("Criador de Sombras", traduzido literalmente), foi aprovado e planeado para ser lançado em Outubro de 2013.
O conceito era uma história original desenvolvida por Selick. Mais tarde, agora renomeado como "The Shadow King" ("O Rei das Sombras", traduzido literalmente), a sinopse oficial seria a seguinte, de acordo com Selick:
“THE SHADOW KING é um conto deliciosamente mágico sobre o órfão de Nova York, Hap, de nove anos, que esconde as suas mãos fantasticamente estranhas com dedos longos de um mundo cruel.
Mas quando uma rapariga das sombras vivas o ensina a fazer incríveis sombras de mão que ganham vida, as suas mãos se tornam armas incríveis numa guerra de sombras contra um monstro voraz determinado a matar o irmão de Hap, Richard, e finalmente destruir Nova York.”
Lembrem-se: este filme foi escrito pelo mesmo tipo que nos trouxe "Coraline".
Então porque é que foi cancelado?
Em Agosto de 2012, sairia a notícia de que a Disney havia encerrado abruptamente a produção, apesar do progresso já feito a um custo de 50 milhões de dólares.
Porqué?
O presidente do departamento de imagem real da Disney na altura, Alan Horn.
O acordo com Selick foi feito no regime anterior, presidido por Rich Ross, e agora as coisas mudaram.
Alan Horn queria se concentrar em franquias pré-existentes, a fim de obter o máximo de mercadorias e vínculos com marcas.
Diz-se que os varejastes foram conservadores ao encomendar produtos vinculados a "Os Vingadores" (2012) depois que os produtos de "Homem de Ferro 2" (2010) se saíram mal e agora a preocupação era "... as crianças vão comprar produtos de Shadow King?"
A resposta foi: "Não. É sombrio demais, as crianças gostam de coisas coloridas, então façam coisas coloridas."
Após a saída da Disney, a Laika - após a colaboração bem-sucedida em "Coraline" - estava pensando em assumir o novo projeto depois que Sellick recebeu permissão para concluir o filme noutro lugar.
Selick exibiu alguns minutos de filmagens que já haviam sido filmados no projeto incompleto.
Havia esperança de que o projeto fosse retomado. Selick tentaria reviver a produção do filme comprando o projeto no European Film Market em Berlim.
O diretor se juntaria ao produtor de "Bestas do Sul Selvagem" (2012), Josh Penn, e recrutaria a 'K5 International' para representar os direitos internacionais do filme.
Travis Knight, CEO da Laika, infelizmente não conseguiu descobrir o orçamento para puxar este projeto e teve que passar.
Selick, com o coração pesado, enviaria um memorando interno para sua equipe informando que o projeto havia terminado.
Infelizmente, o projeto não foi aceito no mercado internacional, a produção não seria retomada e os bonecos e cenários foram destruídos.
E foi assim que foi cancelado, para tristeza de todos que estavam a trabalhar nele.
No entanto, pode haver esperança.
Numa entrevista ao Collider este ano para promover o seu novo filme PARA MAIORES DE 12 ANOS "Wendell & Wild" (2022) da Netflix, o realizador não deu confirmação de que seria finalizado e lançado, mas garantiu que é "...algo que [ele] adoraria reviver".
Portanto sim, ainda pode haver esperança que o projeto veja a luz do dia.
Para terminar, cliquem aqui e aqui para verem imagens da produção.
E vejam esta playlist que contém o que já estava a ser animado para o filme:
Este é outro filme que eu, e provavelmente vários fás de animação, ia gostar de ver.
Do mesmo tipo que dirigiu "Coraline".
E vocês gostavam de ter visto este filme? Ou não?
Escrevam nos comentários, se quiserem.
Então é tudo.
Um Bom Abraço e Até á Próxima!