segunda-feira, 29 de junho de 2020

"Regresso ao Futuro" correu o risco de não existir (2 vezes)


Ah, quem é que não adora "Regresso ao Futuro" (1985)?

Mas, como o nome do post diz, sabiam que o filme correu o risco de não existir? 2 vezes?


Primeiro de tudo, porque é que este filme existe?

O produtor e roteirista Bob Gale teve a ideia do filme, quando foi visitar os pais em St. Louis, Missouri, após a estreia de "Carros Usados" (1980), escrito por ele e pelo realizador Robert Zemeckis.

Ao revirar o porão da casa deles, Gale encontrou o anuário de época da secundaria do pai, que dizia que ele foi presidente de turma no seu ano de formatura. Gale pensou no presidente de turma do seu ano de formatura, que era um pessoa que não tinha nada a haver com ele.

Gale começou a se perguntar se estudou com o seu pai quando este estava na secundária. 

Lembram-se do que uma das colegas do George (Crispin Glover) lhe perguntou quando Marty (Michael J. Fox) toca "Johnny B. Goode"?

"George, já pensaste em ser presidente de turma?"

Quando voltou para a Califórnia, Gale falou sobre Zemeckis sobre a sua nova ideia para um filme. Zemeckis aceitou, porque tinha pensado numa mãe que nunca havia beijado um rapaz na escola, quando na verdade era muita promiscua.

Os 2 levaram a sua ideia para a Columbia Pictures, e começaram a escrever o argumento em Setembro de 1980, terminando-o em Fevereiro de 1981.


E aí começou o 1º problema dos 2.

A Columbia não quis fazer o filme. 

De acordo com Gale, "Eles acharam que era um filme muito bom, fofo e emotivo, mas não muito sexual. Eles sugeriram levá-lo até a Disney, porém decidimos ver se algum outro grande estúdio queria um pedaço de nós".

Todos os grandes estúdios rejeitaram o roteiro nos quatro anos seguintes, enquanto "Regresso ao Futuro" passou por mais dois rascunhos. 

Durante o início da década de 1980, era comum comédias adolescentes como "Viver Depressa" (1982) e "Porky's" (1981) serem picantes e terem temas adultos, então o roteiro foi varias vezes rejeitado por ser muito leve.

Zemeckis e Gale finalmente decidiram mostrar o projeto à Disney. A Disney rejeitou.

Porquê? "Eles nos disseram que uma mãe se apaixonando pelo seu filho não era apropriado para um filme de família sob o estandarte da Disney", disse Gale.

Os dois ficaram tentados a se aliarem com Steven Spielberg, que produziu o já citado "Carros Usados" e "Beatlemania" (1978), ambos dirigidos por Zemeckis e ambos fracassos de bilheteira e de critica.

Spielberg inicialmente estava ausente do projeto porque Zemeckis achou que se ele produzisse outro fracasso com ele na direção, ele nunca mais iria conseguir fazer outro filme. 

Gale disse, "tínhamos medo de adquirir a reputação de ser dois tipos que só conseguiam arranjar um trabalho porque éramos amigos do Steven Spielberg".

Um produtor se interessou, porém mudou de ideia quando descobriu que Spielberg não estava envolvido. Zemeckis então decidiu dirigir "Em Busca da Esmeralda Perdida" (1984).

E adivinhem? Esse filme foi um sucesso de bilheteira e de critica. 

Agora um realizador aclamado, Zemeckis mostrou o projeto a Spielberg, e o filme foi estabelecido na Universal Pictures.

Resolvido o 1º problema. Agora vem o 2º:

Michael J. Fox sempre foi a primeira escolha de Zemeckis para interpretar Marty McFly, no entanto, ele estava comprometido com a série de televisão "Quem Sai Aos Seus" (1982-1989).

O produtor de "Quem Sai Aos Seus", Gary David Goldberg, achava que Fox era essencial para o sucesso do programa. Com a co-estrela Meredith Baxter em licença de maternidade, ele se recusou a dar um tempo extra a Fox para trabalhar no filme. 

Zemeckis escolheu Eric Stoltz para interpretar Marty, por ter impressionado a ele e aos produtores com a sua interpretação de Roy L. Dennis no filme "Máscara" (1985) — que ainda não havia sido lançado.

Mas depois de quatro semanas de filmagens, tanto Stoltz como Zemeckis perceberam que a escolha de Stoltz havia sido um erro. 

Apesar de Zemeckis e Spielberg terem percebido que refilmar o filme adicionaria mais US$ 3 milhões ao orçamento de US$ 14 milhões, eles decidiram reescalar o papel. 

Spielberg explicou que Zemeckis achou que Stoltz não era muito engraçado e que ele havia feito uma "incrível interpretação dramática". Gale foi além e explicou que, para ele, Stoltz estava simplesmente representando, enquanto Fox tinha uma personalidade como a de Marty McFly. Ele achou que Stoltz estava desconfortável ao andar de skate, enquanto Fox não. 

Stoltz confessou ao realizador de "Máscara", Peter Bogdanovich, durante um telefonema, duas semanas após o início das filmagens, que ele estava inseguro sobre a direção de Zemeckis e Gale, e concluiu que ele era a pessoa errada para o papel.

A agenda de Fox se abriu em Janeiro de 1985, quando Meredith Baxter regressou para "Quem Sai Aos Seus" depois da licença de maternidade. 

Zemeckis e os produtores se encontraram com Goldberg novamente, e fizeram um acordo em que a prioridade de Fox seria "Quem Sai Aos Seus", e que se um conflito de agendamento aparecesse, "nós vencemos". 

Fox amou o roteiro e ficou impressionado com a sensibilidade de Zemeckis e Gale ao tirarem Stoltz, porque mesmo assim eles "falaram muito bem dele".

A agenda de Fox era assim: De dia, ele gravava "Quem Sai Aos Seus". De noite e fins-de-semana, gravava "Regresso ao Futuro".

E foi assim que se resolveu o 2º problema.


O resto, fez História no Cinema.

Fiquei muito contente de falar de "Regresso ao Futuro". Eu adoro este filme. 

Ainda me lembro quando o vi no Disney Channel, em 2007 (eu tinha 13 anos).

E claro que adoro as suas sequelas, as Parte II (1989) e Parte III (1990).


Para terminar em grande:




Já viram "Regresso Ao Futuro", o 1º filme ou a trilogia?

Se viram, quais são os vossos momentos preferidos?

Até à Próxima!

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