segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Porque é que as Animações são ignoradas pelos Óscares?



Em Agosto deste ano, a Academia tinha dito que iria criar uma categoria de "Melhor Filme Popular".

Por sorte, não durou menos de um mês, porque semana passada, eles disseram num comunicado que iriam desistir, justificando a marcha-atrás com a necessidade de discutir a alteração de forma mais aprofundada e com os "desafios que qualquer nova categoria iria colocar aos filmes que já estrearam". Cliquem aqui para saberem mais.

Isso levou-me a falar de um tema preocupante em relação á Academia: o facto que a categoria de Melhor Filme de Animação é ignorada pelos Óscares.

"Como assim?" Eu explico toda esta história.



Durante grande parte da História dos Óscares, a Academia foi resistente à ideia de um Óscar regular para longas de animação, considerando que havia muitos poucos produzidos para justificar tal consideração.

Em vez disso, eles davam Óscares especiais a certos longas animados por alguma técnica que mudaria o Cinema para sempre: "Branca de Neve e Os Sete Anões" (1937) por ser a 1 º longa-metragem a cores e "Toy Story - Os Rivais" (1995) por ser a 1 º longa-metragem 100 % animada por computador.

Antes da criação da categoria de Melhor Filme de Animação, só houve um longa de animação que foi nomeado ao Óscar de Melhor Filme: "A Bela e o Monstro" (1991) da Disney. (Perdeu para o thriller "O Silencio dos Inocentes", 1991).

Em 2001, por causa dos competidores contra a Disney no mercado de longas de animação, houve um aumento de lançamentos de número anual significativo suficiente para a Academia reconsiderar as categorias.

O Óscar de Melhor Filme de Animação foi concedido pela primeira vez nos Óscares de 2001, realizado em 24 de Março de 2002.

Os membros da indústria de animação e os fãs tinham esperança de que o prestígio deste prémio e o sucesso resultante das bilheteiras encorajassem o aumento da produção de longas animados.

No entanto, alguns membros e fãs criticaram a categoria, dizendo que se destina apenas a impedir que os longas de animação tenham a chance de ganhar o Óscar de Melhor Filme.

Essas criticas à categoria foram bem mais fortes nos Óscares de 2008, no qual "Wall-E" ganhou o Óscar de Melhor Filme de Animação, mas não foi indicado ao Óscar de Melhor Filme, apesar de ter sido aclamado pela crítica e pelo público e ter sido considerado um dos melhores filmes de 2008.

Isto levou à controvérsia sobre se o filme foi deliberadamente desprezado na nomeação pela Academia. 

O crítico de cinema Peter Travers comentou que "se alguma vez houve um momento em que um longa-metragem de animação merecesse ser indicado para Melhor Filme, é Wall-E".

No entanto, os regulamentos oficiais da Academia afirmam que qualquer filme indicado para esta categoria ainda pode ser indicado para Melhor Filme. Isso foi comprovado nos 2 anos seguintes com "Up- Altamente" (2009) e "Toy Story 3" (2010).

Existem inúmeras reclamações de que a categoria de Melhor Longa-Metragem Animado é desprezado pelos membros da Academia, com muitos membros se recusando a votar nos filmes, considerando "coisas para crianças", ou deixando os seus próprios filhos verem os filmes e irem com as suas opiniões.

(Será que eles não sabem que Animação não uma coisa para crianças?)

A maior suposição disso é o domínio da Disney e da Pixar no mercado da Animação Americana como resultado dessa ignorância na categoria, o que pode explicar o facto de ganharem geralmente nessa categoria.

(Lembrem-se do que falei sobre "Coco" nas nomeações e nas vitórias nos Óscares deste ano?)



Portanto sim, são estas as razões porque a categoria de Melhor Filme de Animação é ignorada pelos Óscares. Mas convém lembrar que esta é uma das inúmeras polémicas sobre os Óscares.

E o que vocês acham sobre isto? Concordam ou não? Escrevam nos comentários.

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