Por volta dos finais dos anos 90 e inicio da década de 2000,
houve uma altura em que a Dreamworks fazia também filmes de animação
tradicional, para além das suas animações computorizadas. O 1 º desses filmes
foi o clássico “O Príncipe do Egipto”, o meu filme de animação não-Disney
preferido, que vai receber a sua critica hoje. Por isso SPOILERS.
O filme é uma adaptação animada da história bíblica de
Moisés, contada no livro do Êxodo, desde que foi adotado pela realeza como príncipe
do Egipto, até quando se tornou o líder e libertador do seu povo hebreu que
trabalhava lá como escravo. O filme aborda temas adultos como escravatura e
religião. Posso dizer que antes de ver este filme, eu não era apegado á
religião, apesar de eu ser cristão. Mas vi este filme e adorei, mesmo não
ligando a isso.
Depois da sua introdução épica que mostra a opressão do povo
hebreu e a mãe de Moisés, Joquebede, ter que o deixar a deriva num cesto para
salva-lo da fúria do faraó Sethi só para ser encontrado e adotado pela mulher
do faraó, o filme avança 20 anos, para mostrar Moisés e o seu irmão adotivo,
Ramsés como amigos inesperáveis que pregavam partidas, que vai servir como um
contraste para o destino oposto que os irmãos vão ter. Um como líder de um povo
que sofre como escravo e o outro como o governante do reino que os trata como
escravos.
A evolução do protagonista Moisés é um dos pontos fortes do
filme. Ele começa como um jovem despreocupado até quando descobre a verdade
sobre a sua origem e a verdadeira natureza do seu pai adotivo e foge do Egipto,
sendo acolhido por uma tribo de hebreus que morava lá, na qual se casa e
torna-se um pastor de ovelhas. Mas quando, alguns anos depois, ele encontra
Deus através de um arbusto em chamas que lhe envia numa missão para salvar o
seu povo lá, Moisés acha-se incapaz de fazer tal missão, mas Deus diz-lhe que
com a sua vara, ele vai fazer os milagres. Aí Moisés parte na sua missão para
salvar o seu povo que sofre agora nas mãos do seu irmão Ramsés.
O filme tem cenas impactantes, como por exemplo, a abertura
da passagem do Mar Vermelho ou a ultima cena, em que Moisés dirige-se para o
seu povo com as tabuas dos 10 mandamentos. Eu adoro este filme pela sua
história profunda, o seu visual épico, a qualidade da sua animação que lembra
os clássicos da Disney (não é coincidência que
teve a mão de pessoas que já trabalharam lá) e as suas canções, especialmente a
icónica canção ganhadora de um Óscar “When You Believe”, que recebeu uma versão
pop cantada por Whitney Wouston e Mariah Carey. Além disso, o elenco deste filme, tanto na
versão original quanto na dobrada, está excelente e consegue encaixar-se nos
seus respectivos personagens. Por fim, é um óptimo filme para se ver em família.
E ensina que não devemos perder a fé quando as coisas estão más para nós.