segunda-feira, 10 de julho de 2017

Pixar – As Curtas


Olá e sejam bem-vindos á 2 º parte do especial da Pixar. Leiam a intro para perceberem o que estou a fazer. E preparem-se para a 3 ª e ultima parte deste especial em que vou falar dos longa-metragens. Não percam!

Antes de fazer longa-metragens aclamados, a Pixar fazia e continua a fazer curta-metragens. Antes de “Toy Story – Os Rivais”, a empresa fazia curtas animados, em festivais de animação ou de computação, para demonstrar como a animação por computador pode ser usada para criar óptimas histórias, mesmo que durem 10 minutos ou menos.

No seu 2 º longa-metragem, “Uma Vida de Insecto” (1998), a Pixar começou uma tradição que ainda ocorre nos dias de hoje no estúdio que é lançar uma curta metragem juntamente com o longa-metragem que estreia nos cinemas. Sempre que uma pessoa vai ver uma longa da Pixar, já sabe que antes do filme ser exibido, vem uma curta-metragem. E em VHS, DVD e Blu-Ray, eles criam uma curta-metragem que é uma sequela do longa-metragem que está a ser lançado nesse formato.

Mas adiante, eu irei falar só dos curtas originais. Não se preocupem que eu gosto das curtas que são sequelas de longas, mas só quero focar nas curtas originais porque foi com estas curtas que eles começaram.

Aviso: O nome dos personagens dos curtas (que não esteja no titulo do curta) foi dito pela própria Pixar.


As Aventuras de André e Wally B. (1984);


Criado em 1984, na altura em que era a LucasFilm Graphics, “As Aventuras de André e Wally B.” foi feito como um teste para mostrar como os 12 princípios da animação podiam ser inseridos em animação por computador. É claro que visto de hoje em dia, pode parecer que não tem história, afinal isto era apenas um teste de animação. Mas mesmo assim este curta é engraçado, apesar que gostava de saber que criatura é o André (o Wally B. é a abelha.).

Luxo Jr. (1986);


“Em 1986, a Pixar fez o seu 1 º curta-metragem. É por isso que nós temos um candeeiro saltitante no nosso logo” é assim a mensagem que apresenta esta curta no seu relançamento com “Toy Story 2 – Em Busca de Woody” (1999). Com uma história simples e agradável, apresenta 2 candeeiros, o pai e o filho, em que o filho está a brincar com uma bola. Ele perde a bola mas encontra uma surpresa agradável. Dirigido por John Lasseter, um dos fundadores da Pixar, “Luxo Jr” fez uma coisa que nenhuma animação por computador tinha feito até á altura em que foi lançado, no festival de Sigraaph em 1986, que foi fazer as pessoas interessarem pela história e pelas personagens. Todas as outras animações (incluindo “As Aventuras de André e Wally B.”) eram só testes de animação por computador. Foi nomeado ao Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação, mas não ganhou o prémio. Não foi a toa que o candeeiro filho tornou-se a mascote do estúdio, aparecendo na icónica apresentação do estúdio, nos seus curtas e longas, a partir de 1995 (Apesar que em “Toy Story- Os Rivais”, 1995, só aparece no fim dos créditos).

O Sonho de Red (1987);


Um ano depois, “O Sonho de Red” foi lançado. Também dirigido por John Lasseter, esta curta foi feita por 3 motivos, animar cenas à chuva, criar o 1 º personagem “orgânico” (Lumpy, o palhaço) e cenas à noite, e conseguiram. A história é sobre um monociclo chamado Red, que vive numa loja de bicicletas. Ele sonha em tornar-se num artista de circo, mas tem que encarar a realidade (acaba com um final a desejar, mas convém lembrar que estavam no principio da carreira em termos de história). Lembro-me de ver este curta em criança e achava o palhaço Lumpy, no sonho do Red, assustador, mas deixei de ter medo.

Tin Toy (1988);


Um ano depois de “O Sonho de Red”, chegou a vez de “Tin Toy”. Este curta teve a proeza de animar pela 1 ª vez um personagem humano. Também dirigido por John Lasseter, conta a história de Tinny, um brinquedo musical, que está ansioso por ser brincado pelo seu novo dono, um bebé chamado Billy. Mas quando descobre que o seu novo dono ainda não sabe brincar com brinquedos, ele foge de medo. Mas ao ver o bebé a chorar, percebe que esta a fazer o oposto do que um brinquedo deve fazer (fazer uma criança feliz) e decide anima-lo. Engraçado e lindo, este curta fez com que a Pixar ganhasse o seu 1 º Óscar de Melhor Curta Metragem de Animação, o 1 º curta animado em computador a ganhar esse prémio. E chamou atenção à Disney para fazer a colaboração com a Pixar. Metade das pessoas acha que o bebé Billy é assustador (naquela altura era difícil animar humanos) mas eu nunca o achei assustador.

Knick Knack (1989);


Também dirigido por John Lasseter, este curta foi feito com um baixo orçamento, depois do tecnicamente avançado “Tin Toy”. O curta é um tributo divertido aos curtas dos Looney Tunes e conta a história de um boneco de neve de plástico que quer sair do seu globo de neve para se juntar a uma boneca. Ele consegue sair mas têm uma surpresa desagradável para ele, mas hilariante para o espectador. Este curta foi relançado nos cinemas com “À Procura de Nemo” (2003), para reduzir os peitos das bonecas, porque John Lasseter achava que aquilo, hoje em dia, ultrapassava o limite do que ele podia mostrar ás crianças, agora que é pai.

O Jogo de Geri (1997);


Durante a produção de “Toy Story – Os Rivais” (1995), a Pixar teve que interromper a produção dos curtas para concentrarem-se na 1 ª longa-metragem animada por computador. Depois desse filme, eles voltaram para os curtas com “O Jogo de Geri”. O 1 º curta com um protagonista humano e dirigido pelo animador Jan Pinkava, conta a história de um senhor idoso chamado Geri que gosta de jogar xadrez consigo próprio, num parque. Mas joga fazendo de 2 personagens: num, usa óculos e é humilde, noutro não usa óculos e é arrogante. Com uma história muito divertida, este curta conseguiu a proeza de “levar a animação de humanos e de roupas a novas alturas”. E conseguiram, ganhando o seu 2 º Óscar de Melhor Curta Metragem de Animação. Este curta começou a tradição do estúdio de lançar uma curta metragem sua juntamente com uma longa seu nos cinemas, neste caso, foi com o 2 º longa-metragem do estúdio “Uma Vida de Insecto” (1998). Também Geri, mais tarde apareceu em “Toy Story 2- Em Busca de Woody” (1999), como o restaurador que repara o braço do Woody.

Coisas de Pássaros (2000);


Dirigido por um dos directores de arte da Pixar, Ralph Eggleston, este curta conseguiu a proeza de animar penas, ganhando o seu 3 º Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação. A curta conta a história de um grupo de pássaros que se sentem incomodados com a presença de um pássaro grande e começam a goza-lo. O pássaro grande não percebe que está a ser gozado e, ao juntar-se a eles, acaba por gerar uma situação na qual os pássaros pequenos acabam por ser eles gozados. Com uma moral engraçada, este curta foi lançado nos cinemas com “Monstros e Companhia” (2001).

Saltitão (2003);


Dirigido por Bud Luckey, artista da Pixar que teve a ideia de fazer o Woody um cowboy nos filmes “Toy Story”, “Saltitão” foge um bocado aos curtas originais do estúdio por ser o 1 º curta-metragem original com diálogos. Contado em forma de rimas, o curta conta a história de um carneiro que gostava muito de dançar, mas teve o seu pelo tosquiado pela 1 ª vez e sente-se um ninguém sem o seu pelo. Um coelholope, uma criatura do deserto americano, passa por lá e ao conhecer o carneiro, aconselha-o a não parar de dançar mesmo com o pelo tosquiado, ensinando a saltar na vida, literalmente. Lançado nos cinemas com “The Incredibles – Os Super-Heróis” (2004), o curta tem uma história muito linda com uma animação dos pelos bem realista.

O Homem-Orquestra (2005);


Dirigido pelos artistas Mark Andrews (que anos mais tarde iria dirigir “Brave- Indomável”, 2012) e Andrew Jimenez, o curta passa-se numa cidade no séc. XV e conta a história de 2 homens-orquestras, o experiente Bass e o novato Treble, que disputam a moeda de uma menina adorável chamada Tippy, que quer atira a moeda numa fonte para pedir um desejo. Lançado nos cinemas com “Carros” (2006), o curta é bastante divertido, uma espécie de duelo de orquestras, com uma mensagem sobre o que se leva com discussões. Além disso, por ser dirigido por 2 dos artistas de “The Incredibles – Os Super-Heróis”, nota-se nos personagens do curta o design dos personagens do filme de 2004. Além disso, Treble lembra um bocado Clopin, o artista de rua cigano do filme “O Corcunda de Notre Dame” (1996) da Disney.

Rapinado (2006);


Lançado nos cinemas com “Ratatui” (2007) e dirigido pelo técnico de som vencedor de Óscares de efeitos sonoros Gary Rydstrom, que para além de trabalhar na Pixar, também fez os efeitos sonoros de outros filmes não-Pixar, como "Jurassic Park" (1993), o curta conta a história de um jovem extraterrestre chamado Stu que está a fazer um teste de levar humanos para a nave (uma espécie de teste de condução para extraterrestres), usando um agricultor a dormir. O engraçado neste curta está na personalidade de Stu (completamente nervoso com medo de chumbar e num momento de desespero, se esfrega nos botões) e do seu supervisor Mr. B (só demonstrando aborrecimento).

Presto (2008);


Dirigido pelo animador Doug Switzerland e lançado nos cinemas com “Wall-e” (2008), este curta, tal como “Knick Knack”, é um óptimo tributo aos curtas dos Looney Tunes, do Tom & Jerry, etc… Também como Doug Switzerland trabalhou em “Ratatui” (2007), nota-se nos humanos do curta o visual dos humanos do filme. O curta é mesmo engraçado, um duelo cómico estilo Tom & Jerry entre o mágico Presto e o seu coelho de estimação Alec, porque Presto está tão concentrado na fama que vai ter que nem pensa em alimentar Alec com uma cenoura. No fim, os 2 tem o seu final feliz.

Parcialmente Nublado (2009);


Lançado nos cinemas com “Up- Altamente” (2009) e dirigido pelo animador Peter Sohn (que anos mais tarde iria dirigir “A Viagem de Arlo”, 2015), o curta explica a seguinte pergunta: De onde é que as cegonhas trazem os bebés, tanto humanos como animais. Resposta: São as nuvens que os criam. O curta, engraçado e adorável, envolve uma nuvem cinzenta simpática chamada Gus que está encarregado de criar bebés “perigosos” (crocodilos, porcos-espinhos, carneiros-da-montanha, etc…), para desgraça da cegonha encarregada de os levar aos pais, Peck. No entanto, apesar de sofrer de maneira hilariante, Peck acaba por arranjar uma solução para não deixar Gus, desiludido (Além que o curta “explica” de onde vem a trovoada e chuva).

Dia e Noite (2010);


Lançado nos cinemas com “Toy Story 3” (2010) e dirigido pelo artista Teddy Newton, o curta faz uma coisa incrível: Misturar a animação tradicional (eles já tinham feito essa técnica com “O Teu Amigo Rato”, curta do filme “Ratatui” que aparece no DVD desse filme) com a animação computorizada (Não sei explicar como fazem neste curta. É melhor verem). Também é o 2 º curta que tem diálogos (o 1 º foi “Saltitão”, lembrem-se), mas mais para o fim. É uma gravação de um locutor motivacional americano chamado Dr. Wayne Dyer que fala sobre o medo e a beleza do desconhecido (Na versão portuguesa, pasmem, é o jornalista da SIC, Rodrigo Guedes de Carvalho que diz isso na versão portuguesa). O curta mostra o Dia e a Noite que quando se conhecem, começam com o pé esquerdo, mas ao ver as maravilhas que o outro tem, tornam-se logo amigos. O dialogo perto do fim e o próprio final são a cereja no topo do bolo deste curta espantoso.

La Luna (2011);


Lançado nos cinemas com “Brave- Indomável” (2012) e dirigido pelo artista italiano Enrico Casarosa, o curta tem um estilo com uma sensibilidade inspirada no livro “O Principezinho” de Antoine de Saint-Exupéry e na magia do cinema de animação de Hayao Miyazaki. A história envolve um rapazinho, Bambino, que vai com o pai, Papà, e o avô, Nonno, ver o trabalho deles que é limpar a Lua de estrelas. Como o pai e o avô são de gerações diferentes, Bambino tem de encontrar o seu próprio caminho na sua primeira ida ao trabalho. Tem diálogos, mas é à base de coisas sem sentido. Mas é um curta muito bom que desperta a infância em nós.

Guarda-Chuva Azul (2013);


Lançado nos cinemas com “Monstros – A Universidade” (2013) e dirigido por um dos membros do departamento técnico da Pixar, Saschka Unseld, o curta usa um sistema de renderização que lembra um filme live-action. O curta é uma bela historia de amor entre 2 guarda-chuvas, um azul e uma vermelha, e usa a ilusão de pareidolia para criar as personagens que são objectos inanimados (e nunca mostra a cara dos humanos). E é engraçado que o casal de guarda-chuvas usam cores contrarias ao Faisca Mcqueen e à Sally de “Carros” (2006).

Lava (2014);


Lançado nos cinemas com “Divertidamente (Inside Out)” (2015) e dirigido pelo animador James Ford Murphy, o curta também é uma bela história de amor mas entre 2 vulcões, o Uku e a Lele (Sim, vocês sabem que palavra dá se juntarmos os nomes). Ouvi dizer que há pessoas que acharam que este curta tinha uma história mal desenvolvida. Eu não acho porque vi o curta e pareceu-me muito bom como os outros do estúdio. É o terceiro curta-metragem original do estúdio com diálogos, mas diálogos mesmo como em “Saltitão”, mas a cantar.

Sanjay Super Equipa (2015);


Lançado nos cinemas com “A Viagem de Arlo” (2015) e dirigido pelo artista indiano Sanjay Patel, o curta conta a história de um rapaz indiano chamado Sanjay que vive com o pai num motel americano e vê-se dividido nos desenhos animados americanos de super-heróis e na religião da sua família, o hinduísmo, que o pai lhe obriga a mostrar. Quando Sanjay sem querer apaga uma vela durante a pratica de Hinduismo da família, ao acende-la outra vez, ele imagina-se a defender um templo hindu com os deuses indianos Vishnu, Durga e Hanunman contra o espirito do mal Ravana (tudo deuses verdadeiros). No fim, Sanjay percebe a importância da sua religião. O curta é uma auto-biografia do realizador do curta sobre a sua infância e está muito bem conseguido. Imagino como seria se as figuras da minha religião, o cristianismo (não que eu ligue ás religiões, mas respeito-as), fossem super-heróis, tal como o Sanjay imagina os deuses hindus.

Piper (2016);


Lançado nos cinemas com “À Procura de Dory” (2016) e dirigido pelo animador Alan Barillaro, o curta conta uma simples e adorável historia sobre um filhote de escolopacídeo que quer arranjar comida pela primeira vez, mas tal como os da sua espécie que moram numa praia, tem medo quando o mar bate na areia e molha-o. É uma bela história sobre enfrentar os nossos medos e, pela 1 ª vez em 15 anos, a Pixar ganhou o seu 4 º Óscar de Melhor Curta-Metragem de Animação.



Estou ansioso de ver “Lou” que vai ser exibido com “Carros 3” nos cinemas. Uma coisa curiosa que surgiu no mês passado, é que a Disney vai lançar uma curta do filme “Frozen – O Reino do Gelo”, chamada “Uma Aventura de Olaf”, juntamente com o filme “Coco” da Pixar, que estreia no Natal.

E vocês? Já viram algumas destas curta-metragens? O que acharam sobre elas? Digam nos comentários.

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